Esse mundo dos outros
Vida de ninguém
Sorte que se enterra
Na terra, no concreto
Tudo abstrato
Promessa de um sonho
Loucura de um ser
Que existe
E desiste de ser
Um pouco mais
E a ferida se abre
Deixa de ser
Sem jamais ter sido
Para existir mais um segundo
E sofrer uma eternidade
Nesse mundo dos outros
Nessa vida de ninguém
É o fim...
Inútil, indiferente
Existo e desisto de ser
Ser o que sou
Um ser que não é
Que não basta pra ninguém
Nesse mundo que é dos outros.