
A morte do corpo em função de outra vida cria todo um
heroísmo, afinal não é todo mundo que tem coragem de praticar um gesto tão
altruísta, mas cá pra nós... nada me parece tão egoísta. É claro que isso não é
uma regra e mesmo que fosse, haveria uma exceção.

Um amor capaz de renúncias! É o que todos nós procuramos. Um
amor que seja capaz de mudar de cidade, estado ou país, um amor que tenha força
suficiente para reconhecer as próprias fraquezas, que possa sair da casa dos
pais, que seja capaz de abrir mão de frivolidades, que consiga romper o cordão
umbilical por mais difícil que seja. Um amor que reconheça os defeitos do outro
e os aceite porque nenhum mortal é dotado de perfeição. Alguém que reconheça em
si cada gesto, cada sorriso e cada lagrima que o outro venha a derramar. Alguém
pra rir junto, chorar junto, dormir e acordar juntos, lembrando que para estar
junto não é necessário estar perto. O que conta é a união de almas e não
somente a presença física.
Chego a pensar que sou romântica demais e que um amor que
valha a pena viver, só existe nos romances de Nicholas Sparks. Ao olhar em
volta, por vezes tão perto e tão dentro de mim, vejo amores tortos,
desencontrados, unilaterais, doentios, repletos de enganos e decepções. Não
existe uma fórmula mágica, sequer existe uma fórmula, mas viver um verdadeiro
amor é para os fortes, é para quem sabe o que quer e sabe, acima de qualquer
coisa, que amar não é característica inerente ao ser humano. Requer dedicação,
aprendizado e força, muita força. Ah,
outro item absolutamente necessário: Paciência. A mesma paciência que é
concedida a uma mãe que vê o filho fazendo birra sem nenhum motivo e consegue,
simplesmente, ignorar. Pois sabe que daqui a alguns minutos, ele virá pedindo
colo e carinho.

Hoje percebi que não quero alguém que seja capaz de morrer
por mim. Quero alguém que seja capaz de viver por mim, porque viver é muito
mais difícil.