quinta-feira, 12 de maio de 2011

Saúde Pública no Brasil é uma piada

Sim, uma piada sem graça da qual é melhor rir para não chorar. Fico inconformada com tanto descaso no atendimento nos hospitais e postos da rede pública de saúde. O real significado de SUS deveria ser “Sem Uma Solução” ou quem sabe, ser alterado para “SIS – Sistema Inútil de Saúde”.
Pela quantidade de impostos que se paga no Brasil, a saúde, educação, moradia, dentre outros benefícios que são de direito da população deveriam ser primorosos, entretanto, o que se vê por aí beira ao caos. Hoje vou falar da saúde, não que os outros temas não sejam essenciais, porém se eu for falar tudo de uma vez ninguém vai ler isso de tão extenso que vai ficar.
Na questão da saúde falo por experiência própria, pois não tenho convênio médico e em todas as vezes que me vejo obrigada a procurar atendimento na rede pública é um verdadeiro suplício. Como dizem por aí: “É a treva!”.
Para se ter uma idéia, quando precisamos agendar uma consulta só conseguimos vaga para dali a uns dois meses no mínimo, ou seja, quando chega o dia da bendita consulta já nem lembramos mais com exatidão o que nos motivou a procurar um médico, porque na maioria das vezes, já procuramos um meio alternativo para curarmos nossas enfermidades, seja procurando uma clínica particular, um curandeiro, uma igreja evangélica, os “chazinhos” da vovó ou, na pior e mais comum das hipóteses, tomando medicamentos por conta própria, simplesmente porque não dá para esperarmos dois meses para ouvirmos um diagnóstico médico.
Várias pessoas são agendadas para o mesmo dia, no mesmo horário e quem chegar primeiro passa na frente. O atendimento é tão, mas tão demorado que, ao entrarmos no consultório só conseguimos pensar na dor nas pernas e nas costas de tanto ficarmos em pé (nunca têm assentos suficientes para todos e o número exorbitante de idosos e gestantes revezam-se  para que cada um possa sentar um pouquinho) e na terrível dor de cabeça seja pelo stress ou pela fome, pois é preciso sair de casa tão cedo que mal dá tempo de engolir um cafezinho preto e sair correndo na esperança de ser um dos primeiros da fila. Esperança essa que se dissipa a uns dois quarteirões antes do posto médico de onde se pode avistar a gigantesca fila em direção ao portão de entrada que, sendo otimista, deverá ser aberto dali à uma hora mais ou menos.
Após uma breve e insatisfatória consulta, da qual, saímos piores do que entramos, o que o médico tem a dizer se resume, quase sempre em: “vou pedir uns exames, mas aparentemente, você não tem nada”, “vou lhe dar uma guia para que você possa se consultar com um especialista” ou “vou receitar tal remédio, se você não melhorar retorne aqui”. Ah, quase me esqueci, agora também tem uma novidade estarrecedora: “você está precisando é de uma boa sova”, como foi indicado a uma criança por uma médica de Rio Claro, interior de São Paulo.
O problema é que se for uma das duas primeiras opções, o prazo de dois meses é prorrogado por mais dois meses ou mais. Se, por ventura, for receitado algum medicamento, reze para encontrá-lo na farmácia do posto em que se consultou porque caso não tenha e você esteja sem condições de comprá-lo, o que é muito comum, terá que rodar meio mundo para encontrá-lo em alguma farmácia da rede pública, pois sempre que falta em uma, falta em todas as outras e detalhe: correndo o risco de não ser o tratamento de que precisa e ter que marcar uma nova consulta para daqui a mais dois meses.

Enfim, estou começando a me simpatizar com a idéia de morrer em casa e quentinha, mas como “quase” todo brasileiro, ainda tenho esperança de que esse quadro possa ser revertido e que possamos ser como alguns países desenvolvidos que não necessitam de convênios médicos devido à excelente qualidade dos serviços públicos ou de, quem sabe, ganhar na loteria. E pelo andar da carruagem, com palhaços sendo eleitos por aí, a chance de se ganhar na loteria ainda parece a hipótese mais provável.

Engraçado, não? Então riam, se puderem, porque rir ainda é o melhor remédio!


7 comentários:

  1. É verdade pura realidade isso é uma vergonha pra nosso país.

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  3. Infelismente essa é a nossa realidade, quem precisa do SUS as vezes acaba morrendo e só depois que vem a resposta do dia que pode ser atendido. Essa situação já aconteceu e ainda acontece e as autoridades o que estão fazendo para diminuir o sofrimento dessas pessoas, acredito que quase nada, pois há muitas pessoas sofrendo esperando uma consulta.É uma tristeza ver alguém que gostamos tanto ou até mesmo que não conhecemos passarem por essas situações. Fico muito triste e preocupada com esse problemas que atinge milhares de pessoas. Quem sabe com a Campanha da Fraternidade haja mudanças relacionada a saúde publica.

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    1. Olá Juceline, obrigada por ler e comentar o meu post. É realmente triste, mas a esperança é a última que morre, não é?
      Bjs

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  4. http://www.facebook.com/DiarioDeSaudePublicaDoEstadoDeSaoPaulo

    Me ajuda a divulgar !!!

    Obrigado desde de já.

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