
Quando você, simplesmente, já não faz falta, quando vira um
estorvo, quando tudo o que sobra são as lembranças do passado, quando ainda é
possível lembrar.
É a fase onde já não dá mais para querer ser diferente,
fazer diferente. É quando as pessoas começam a te olhar com pena e a oferecer o
braço para te ajudarem a atravessar a rua.

Meu maior medo é de quando eu chegar nessa idade, perceber
que nada mudou, que o meu lado na cama nunca fora ocupado e que a minha mão que
não está segurando a bengala continua abanando ao vento como sempre esteve.
Na verdade, acho que não tenho medo da velhice. Tenho medo
da solidão, na fase em que tudo o que se pode ter já fora conquistado, ou não.
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